terça-feira, 16 de novembro de 2010

Amante da moda


Sei que faz tempo que não alimento o blog, mas, antes tarde do que nunca - péssimo, mas adequadíssimo ao momento, hehe. O texto é longo, mas vale a pena.


Holandina Salles, ou melhor, Lola, aprendeu a cozer aos 6 anos, com a mãe, que costurava calças masculinas. “Naquela época, sabia botar linha na agulha já tinha que ajudar”, conta. Mas não gostava desse serviço porque era sempre igual. Queria mesmo era fazer feminino, então, começou a aprender e, aos 12 anos, conquistou sua primeira cliente.
Para se aperfeiçoar – já que sua mãe não sabia lhe ensinar a cortar, seu conhecimento vinha da prática mesmo – ingressou no curso de Corte e Costura oferecido pelo Círculo Operário aos 18 anos e, à noite, aprendia com o pai, que era seleiro, a colocar os moldes no fio.
Dali pra frente, “tudo melhorou”, diz, e o trabalho só fez aumentar. Mas Lola ainda fazia apenas roupas simples, demorou até que começasse a fazer roupas de festa. Foi aos 20 e tantos anos, em 1956, que fez seu primeiro vestido de noiva, para uma amiga. Era de tule, com uma sobressaia de renda bordada, acompanho de luvas e chapéu. O primeiro vestido de gala ela também não esquece: brocado, num tom quase prata.
As idéias para os modelos vinham de figurinos que a irmã e as amigas traziam de Porto Alegre, tirava uma coisa daqui, outra dali, mudava pra ficar melhor no corpo da cliente, e, aos poucos suas próprias criações iam brotando naturalmente. Ah, ela também era – e ainda é –  “apaixonada, apaixonada” por Coco Chanel, estava sempre atenta ao que era a última moda da maison parisiense.
Em 1966, Lola resolveu montar uma confecção infantil. Aí sim ela tinha mil idéias. “Quando a gente gosta nunca faltam idéias, sempre se é criativa”, relembra. Porém, o negócio durou pouco. Em 1970, sua casa e sua confecção pegaram fogo, ela perdeu tudo, e teve que recomeçar do zero.
Com muita força de vontade, recuperou as clientes particulares, e mais: passou a fazer figurinos para espetáculos de dança. Atendia principalmente ao corpo de ballet clássico de Dora Rezende Fabião. Bordava com primor os collants, pois roupa de palco tem que ter muito brilho, e armava perfeitamente os tutus utilizando cordas de relógio pois, naquela época, ainda não se encontravam por aqui as barbatanas próprias para esse fim.
A essas alturas, já deu para reparar que Lola gosta mesmo é de desafios. Vestidos de gala bem trabalhados, noivas, debutantes. Peças detalhadas, nunca repetidas!, drapeados, tomas, mulage, detalhes trabalhosos mas que, ao ver o resultado final, lhe proprocionam um sentimento de imensa satisfação. Antigamente, o amor era tanto que ela não queria mais que as clientes viessem buscar os vestidos. Quando ficavam prontos, ela os pendurava e seu desejo era ficar apenas olhando, admirando sua obra.
Aos 80 anos, Lola continua cheia de encomendas de noivas, debutantes, vestidos de baile, sem falar das candidatas a soberana da Festa da Uva. Os vestidos oficiais da Festa já fez quatro vezes. Suas clientes atravessam gerações: avós, mães, filhas, netas e até bisnetas (ainda que pequenas, de 7, 8 anos) já anunciam sua vontade de fazer o vestido de 15 anos com a costureira.
Seu braço direito no atelier é a filha Tini, responsável pelos bordados, pelo contato com as clientes, ida às lojas para compra de tecidos, enfim, “ela é mais a cabeça, agora”, explica. Tini só não costura, essa tarefa continua sendo exclusiva de Lola, mas como ambas fizeram uma parte do curso de Moda e Estilo da UCS, para se qualificar ainda mais, ela ouve os palpites da filha com atenção.
O que a costura representa para Lola? “A principal rival do meu marido”, brinca. Além de abandoná-lo para ficar mais tempo no tão adorado atelier, a costura pra ela é tudo. “O meu trabalho pra mim é vida”, afirma com os olhos brilhantes a estilista Lola Salles.






quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Depois...

da Carmem foi a vez da Rache Martini. Desde a primeira vez que a vi, achei a estilista uma verdadeira bonequinha. Supercriativa, inteligente e completamente emotiva: seu trabalho reflete exatamente seu modo e momento de vida. Algumas imagens!



Beijos!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Nossa terceira entrevistada...

...foi Carmem Venzons. Outra criadora que tem os pés bem fincados na terra, mas a cabeça... em 1000 lugares ao mesmo tempo. Carmem é daquelas pessoas "a mil por hora", não para nunca - nem durante nossas gravações, diga-se de passagem! É uma pessoa que olha sempre pra frente, mas sabe valorizar muito bem o passado. Logo, logo eu posto fotos aqui, mostrando, inclusive, algumas relíquias que ela fez questão de destacar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Nossa segunda entrevistada...

Foi a estilista Carla Carlin. Um exemplo de competência e profissionalismo. Infelizmente, eu, Carol, não pude estar nessa gravação, mas já acompanhei a Carla o suficiente pra poder dizer que ela tem o controle absoluto sobre o seu negócio. Carla vai além do conceito de moda como apenas criação e tem um espírito muito empreendedor. E, também, sabe se cercar de gente competente - vide a Gabriela Pessoli, formada há pouco em Moda e Estilo pela UCS e ganhadora do UCS Sultêxtil.

Confiram as fotos!




Aguardem as próximas novidades! Essa semana, gravamos com Izabel e semana que vem com Erica e Simone!

Carol

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Uma artista da linha

"Uma artista da linha" é o subtítulo de um trabalho que escrevi, no último semestre do curso de Jornalismo, sobre Dona Corina. Um perfil bem longo, 13 páginas, nunca esqueço. Como também não esqueço das tardes maravilhosas que passei em sua casa, das histórias que ela me contou e como seu talento me fez olhar para a moda com outros olhos - admirá-la como os quadros que tomam as paredes da casa de Corina, como o trabalho dela deve ser visto: arte.
Tenho certeza que não falo só por mim, falo por toda a equipe, quando digo que a visita ao ateliê de Corina foi uma lição de vida. É tão clichê falar assim, mas nesse caso, é a pura verdade. Corina é uma mulher guerreira, perfeccionista e muito realista. Construiu uma carreira de sucesso no mundo da alta costura caxiense, digamos assim, naturalmente, sem ter planejado, mas com muita paixão.

Paixão, aliás, é o sentimento que todas as nossas entrevistadas têm pela moda, é o que liga todas essas mulheres à essa arte e o que move nossa vontade em querer retratá-las.

Em breve, mais histórias sobre nossas gravações apaixonantes. Aguardem!





terça-feira, 20 de julho de 2010

Saindo do papel...

O projeto do documentário Criadores de Moda de Caxias do Sul está ganhando vida, pessoal. Já gravamos com Dona Corina, Carla Carlin e Carmem Venzons.
O material está muito interessante. Lições de vida, histórias engraçadas, declarações surpreendentes...

Hoje à tarde, vamos ao ateliê de Lola Salles para mais um dia de gravações!

Aos poucos, vamos contando os detalhes e postando fotos das gravações.

Beijos!